Bienal B leva arte às ruas
quarta-feira, outubro 21, 2009
By brunascirea
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Os espaços não são mais os cubos brancos que definem as galerias de arte. A cena contemporânea, que surge como reflexo dos anos de Internet, publicidade e falta de tempo, dialogam com o ambiente que, mesmo não preparado, acolhe as expressões artísticas. Ruas, bares, ateliês e shoppings são, agora, paradas de observação. A Bienal B, que ocorre em Porto Alegre entre setembro e novembro de 2009, tem uma proposta diferente: fazer com que a arte vá até o lugar onde as pessoas estejam.
Com o objetivo de ampliar e conceder locais para mais reflexões, o evento se coloca como uma manifestação cultural independente e paralela à Bienal do Mercosul. “Na primeira edição, em 2007, houve uma superadesão espontânea de artistas. Foi na época que a Bienal do Mercosul não contou com a participação de gaúchos, o que nos caiu muito bem, porque viemos para somar à esse mercado e ambiente artístico, analisa Isabel de Castro, curadora geral da 2ª Bienal B. Ouça abaixo uma entrevista com Isabel de Castro.
Entrevista - Isabel De Castro - Bienal B 2009 by Brunascirea on Mixcloud
As mostras da Bienal B mostram um relato do cotidiano: grafitti, adesivos e intervenções. “Nós viemos para discutir a questão da falta de tempo”, afirma Cláu Paranhos que, juntamente com Beto Chedid, forma o coletivo Cow Bees. A mostra “Vendo meu Tempo” comercializa o tempo à prazo, em prestações e em forma de permuta: a vida como uma obra de arte. As horas da dupla são anunciadas nos classificados de jornais e também no blog, por onde recebem propostas e retornam orçamentos. Para o coletivo, o tempo é o artigo de luxo da contemporaneidade.
Segundo a coordenadora de marketing da Bienal B, Gaby Benedyct, a Bienal do Mercosul tem a tendência de mostrar trabalhos cuja apreciação envolve uma dinâmica mais degustativa, requerendo, muitas vezes, disponibilidade de tempo e experiência. “A Bienal B é diferente. Os trabalhos elaborados convivem harmonicamente com iniciantes. Não há editais ou críticas tendenciosas. A curadoria é o próprio olhar do observador e seu grau pessoal de interesse, conhecimento de arte e sensibilidade. De certa forma, estes conceitos de diversidade e disponibilidade para o espectador foram usados na construção dos parâmetros da Bienal B, pois são significativos para gerar pontes entre a arte e o interesse sensível do público”, complementa Gaby.
O espaço artístico gaúcho se estende. A capital ganha notoriedade quando a questão é cultura: em ruas que abrigam artes reconhecidas, há também lugar para as diversidades e novidades plásticas. “Quando eu estudei arte no final dos anos 70, havia muitas galerias em Porto Alegre. A gente sabia onde colocar nosso trabalho. Hoje não tem mais isso. Por ano, só na capital, se formam mais de 60 artistas. Cadê eles?, questiona Isabel. A Bienal B responde. Mais de duzentos artistas ganharam espaços novos. Uma exposição que, em mais de trinta lugares, mistura conceitos urbanos, acadêmicos e visões diferenciadas.
Visualizar Rota Bienal B em um mapa.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
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